quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Escola pública ou particular? - Parte I

Será esta imagem sempre verdadeira, ou é bom para o mercado que acreditemos na "escola pública sucateada"?


Mais uma vez estou aqui para falar sobre esta difícil questão: escola pública ou particular? Mas desta vez, com elementos novos e as várias conversas com uma amiga minha, mãe preocupada com a educação de suas duas princesas.

A questão surgiu porque a filha mais velha desta minha amiga está com cinco anos e meio. Na escola particular em que ela estava, a menina já foi para o Jardim I e II. Sua dúvida era: ela deve ir para o primeiro ano ou "reprovar" o Jardim II?

Outra questão. Depois que sua caçula nasceu, ela teve a oportunidade de ficar em casa, coisa que não está dando mais, já que precisa voltar a trabalhar e complementar a renda. Problema? Onde deixar a pequena de apenas um ano?

Foi aí que eu entrei na história. Não sei se eu tive a "sorte" de escolher pra trabalhar duas escolas boas, mas, posso garantir: a emei e o cei em que trabalhei o ano passado dão de dez a zero em qualquer escola de Guaianases e região, tanto em estrutura quanto em qualificação profissional.

Por que? Em primeiro lugar. Foi-se o tempo em que as escolas eram feias e mal estruturadas. Na Emei em que trabalhava tínhamos uma sala de leitura com cerca de três mil livros, um laboratório de informática com 15 computadores, uma quadra, um parque interno e um externo, com tanque de areia, além de sete salas.

Já creche, tenho que confessar, a minoria tem o que ela tem, pois ela faz parte de um CEU. Logo, tínhamos piscina, um anfiteatro, quadra coberta, parquinho, quiosque, brinquedoteca, sala de vídeo, e claro, as salas.

Alguma escola particular da região possui esta infraestrutura? Por favor, me mostre!

Mas não adianta um monte de coisas, se a mão-de-obra é desqualificada. Pois bem. Todos os professores destas escolas são formados, ao menos (mas é a minoria, como eu) com Magistério. Cerca de 98% possuem Pedagogia e grande parte, pós-graduação. Vários participaram de cursos de capacitação oferecidos pela Prefeitura, e alguns, por outras entidades.

Sobre o trabalho em sala, além dos Diários, documentos oficiais, tínhamos que fazer Semanário na Emei. O que significa colocar o objetivo das atividades, resultado delas, alunos que se destacaram e os que tiveram dificuldade, enfim, uma série de avaliações. No Cei, tivemos que fazer um portfólio do que foi trabalhado em sala durante o ano, além do caderno diário e do próprio Diário de Classe. Eles estão lá pra quem quiser ver. E olha que vai muito além do "brincar", que costumam falar os pais de escolas particulares ao se referirem ao nosso trabalho pedagógico.

No final do ano, tivemos uma devolutiva da DRE Guaianases que falava tudo o que precisávamos melhorar e tudo o que atingimos como meta. E olha: não é coisa de papel. É realidade!

Não vou falar da diferença das escolas particulares que eu conheço (pelo menos neste post). A questão é: será que os pais que colocam os filhos em escolas particulares fazem isto porque realmente já compararam as duas e perceberam que esta é melhor, ou por que não conhecem a Educação Infantil da escola pública?

Sei que isto é uma grande discussão. E não crucifico quem escolhe a particular. Mas querem saber de uma coisa? Dá muita dó ver o pai se matar para pagar uma escola particular porque não sabe o tesouro em pote de barro (e olha que hoje em dia, nem é tão de barro assim) que está na esquina de casa.

O que aconteceu com a minha amiga? Procurou um CEI e uma EMEI próximas de sua casa e aguarda vaga, que será um próximo post. Até lá!

Obs: Não quero dizer com isto que tudo é perfeito. Sei muito bem a situação em que a escola pública se encontra e sei que nem todas são como estas. Mas quero aqui acabar com o esteriótipo mentiroso de que escola pública é sempre uma porcaria e escola particular é sempre boa.

Retrospectiva 2011 - Meu caminho pedagógico em poucas palavras


Como toda restrospectiva, sempre corremos o risco de esquecer algo ou de não dar tanto valor ao que futuramente pode fazer toda a diferença em nossas vidas, mas vou tentar.

Estava já conformada com meu cargo como módulo na Emei, quando, no final de janeiro, a diretora de uma escola particular de Guaianases, me chamou para trabalhar. Gostei do desafio, afinal, seria minha primeira experiência no Ensino Fundamental. Mas na mesma duas semanas depois fui convocada para a vaga do concurso para professor de Educãção Infantil da Prefeitura de São Paulo. Não vou ser hipócrita: realmente, o salário foi o fator determinante. Ele era simplesmente quase o triplo do que ganharia na particular. Pedi demissão e depois que a professora que ficou no meu lugar foi contratada e se adaptou, sai da escola.

Achei tudo muito diferente na creche, e ali percebi o que significa "cuidar e educar como um processo indissociável". Realmente fazemos muito as duas coisas.
Fiquei como módulo até julho, quando substitui uma professora que ficou de licença-gestante. Assumi um mini-grupo. Adorei.

Confesso que mais aprendi do que ensinei (eu acho). Tudo foi muito novo pra mim, pois, minha formação no CEFAM e na facul (que graças a Deus, estou terminando) quase não falou de Educação Infantil, muito menos de creche. Mas acredito piamente em minha formação continuada e corri atrás do prejuízo.

Na Emei, fui professora do laboratório de Informática, e pude desenvolver um trabalho bem bacana, que pode ser visto no blog http://tectecnaemei.blogspot.com.

Na faculdade, meu primeiro semestre foi um desastre. As aulas foram muito fracas (desculpem, mas é a realidade do nosso "sistema privado de Ensino Superior"), mesmo assim, fechei com notas altas. Já no segundo semestre, mesmo cansada, tive gosto de estudar. Aulas desafiadoras com professores qualificados. Adorei. Ah...uma outra realidade: fechei com a média em Metodologia de Matemática. Não fugi à regra da maioria dos professores, mesmo com esforço. Resquícios da falta de aulas de matemática em minha formação básica.

Como fiquei com medo de novamente ser módulo na Emei, e querendo novos desafios, pedi remoção para uma EMEF. E deu certo. Peguei uma quarta série!

Na creche, fiquei como módulo novamente, mas eu chego lá!!!

Na facul...não vejo a hora de terminar, só isto a declarar!!!

Olhando assim, parace que foi tudo fácil. Mas não foi. Ficar o dia inteiro fora de casa foi um horror. A sorte é que tive duas noite livres porque eliminei matérias. Este ano, só terei as sextas. Mas já é um alívio.

Esta é a realidade de uma professora. Trabalha bastante, estuda muito e, por enquanto, não tem do que reclamar! Afinal, eu quis isto. Bom 2012!!!

Eu voltei!

Nossa....nem acredito que minha última postagem foi em maio do ano passado! Bom, como não adianta chorar pela minha falta de tempo e coragem para postar em 2011, o jeito é correr atrás do prejuízo este ano.

Na verdade, 2011 foi um ano muito especial para mim. Além de ter sido meu primeiro ano completo na Emei, ingressei no Centro de Educação Infantil, ou seja, no momento, acumulo dois cargos.

Sim, é cansativo, principalmente porque faço faculdade à noite. Mas é a vida. Oportunidades aparecem e não podemos desperdiçá-las. Confesso que houve momentos em que achei que fosse ficar doida, principalmente nos finais de semestre. Mas graças a Deus, deu tudo certo. E o melhor, além dos dois empregos e da faculdade, tive tempo de escrever um artigo que foi publicado na revista Direcional Educador, e por conta disto, foi homenageada na DRE Guaianases, por conta do artigo. Ali, naquele momento, tive um dos meus sonhos completados: ser uma professora-escritora.

Sei que há algum tempo já escrevo, pela internet, mas finalmente, um dos meus artigos foi reconhecido como de valor. O que me abriu portas. Em breve, terei novidades.

Este é o link da edição

http://www.direcionaleducador.com.br/edicao-82-nov/11/edicao-82-nov/11

Ah...mas muitas coisas mais aconteceram em 2011. Meu próximo post será uma retrospectiva. Até lá!